Quantas vezes você se pegou
perguntando ou dizendo que na situação em que você está não haverá saída.
Quantas vezes você se focou tanto em um determinado assunto, trabalho, que se
esqueceu de todo o resto que está em sua volta?
Ensaio sobre a cegueira é uma
adaptação cinematográfica do livro de José
Saramago intitulado como “Ensaio sobre a cegueira” mesmo. Escrito em 1995 e
passado para as telonas em 2008. Tudo começa numa cena típica de cidade grande,
com muito transito, há então, no meio de todos os carros uma pessoa em especial
que acaba ficando cega de uma hora para outra. Chamada depois de “cegueira
branca”, ela se espalha como uma epidemia para todas as pessoas que entram em
contato com alguém que possui o vírus.
Após o Estado
perceber que a cegueira está se espalhando, acabam tomando a decisão de
prende-los dentro de um centro de reabilitação abandonado. Com poucos recursos
e sem ninguém que possa ajuda-los (pois são abandonados ali) eles lutam com
todos os meios que tem para conseguirem sobreviver. Viram dependentes e
indefesos, e sabemos que são duas coisas que ninguém gosta de ser.
O tempo todo,
numa sociedade que aos poucos entra em colapso, a história acompanha um grupo
que não apenas tenta sobreviver, mas tenta manter um mínimo de dignidade. No
entanto, quando o mundo ao redor enlouquece e a maldade vem à tona, onde
guardar o amor próprio em segurança?
O filme nos
mostra, além de dificuldades que a cegueira impõe a eles, mas também nos mostra
que a cegueira na verdade só é atingida a quem se cega por determinado motivo
(nesse caso a cegueira branca, dita no filme). Por exemplo, quando uma pessoa
se torna dependente do seu trabalho, não tendo mais outros meios de prazer, ela
se cega àquilo. Esse mesmo exemplo é tratado no filme, no caso do “Médico”. E
há também sua mulher (tratada no filme como “A mulher do médico”) que se torna
ajudante de todo, por ser a única que não está com o vírus, estando ali somente
por ter escolhido ir junto ao seu marido.
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Acontece que ela é a única que vê a verdade, que vê que as pessoas estão se entregando a um objetivo não tão importante quanto à felicidade.
O filme nos
mostra que assim que nos abrimos para outros mundos, que ao mesmo tempo em que
regras são para bem expõe suas falhas também, mostra os defeitos e as
qualidades de uma sociedade.
É um filme bem terrível,
mas em vista de nossa sociedade só nos mostra verdades e coisas que na maioria
das vezes, não queremos enxergar. Afinal, quantas vezes desligamos a tv em meio
a alguma notícia, alguma tragédia, melhor dizendo. Ou mesmo vemos algumas
notícias que não nos abalam tanto. Acostumamo-nos com tragédias, agora só falta
concertá-las.
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