sábado, 21 de dezembro de 2013

Então eu li "Blecaute".

 Blecaute conta a história de três pessoas (Rindu, Mário e Martina) que após a experiência de explorar uma caverna, voltam à cidade e se deparam com tudo diferente. As pessoas viraram estatuas, como bonecos de cera, e não há explicação nenhuma para o fato ocorrido. Agora eles são os únicos habitantes de São Paulo. Mas em meio a todo o bem material, eles se veem sozinhos, perdidos e tristes por não haver com quem compartilhar, ninguém além deles mesmos, nem mesmo com quem aproveitar tudo aquilo, que agora os pertence.
E apesar de toda essa mudança, Rindu se vê do mesmo jeito. Antes, pensando em cursar a faculdade de Direito, acabou mudando de ideia optando por Biologia, não por ser uma coisa que gosta, mas apenas por que acha que é o que ele realmente merece. Nunca pensa em suas escolhas, muitas vezes acaba escolhendo o que julga ser melhor para os outros. E é por esse ponto de vista que a história segue. Narrado por Rindu e suas ideias e conceitos.
Mário, seu melhor amigo, é diferente. Mário faz loucuras, e tudo o que vier em sua cabeça, por mais louca que seja sua ideia. Cursando engenharia, apesar de ser “jogado para o mundo” possui uma inteligência perceptível. E há Martina, que acaba ficando com ele.
É uma distopia bem interessante pois é tratada em São Paulo, o que nos faz pensar que, sendo essa,  “a cidade que nunca dorme” como seria capaz, algum dia de parar, assim, de uma hora para outra. E é incrível o jeito que o protagonista consegue nos conquistar, e sem duvida nos fazer refletir sobre até mesmo nossa existência. Essa é uma parte que me chamou bastante atenção pois, até mesmo as perguntas que ele faz a si mesmo, nós podemos fazer, mesmo sem estar em uma situação como a dele.
“Fazer o que em São Paulo? Fazer o que em Nova Iorque? Fazer o que com o tempo? Fazer o que com o nascimento diário do sol? Fazer o que com as granadas se estilhaçando em fragmentos? Fazer o que, caso ela tenha um filho? Fazer o que, se acabar a luz? Fazer o que , se formos atacados por jaguatiricas? Fazer o que com tudo o que aprendi? Fazer o que com palavras? Fazer com a minha obra, com a minha imagem? Fazer o que com a humanidade? Fazer o que com a cidade presenteada? Fazer o que com a indiferença do que é verdade e mentira? Fazer o que para alguma coisa ter sentido?

Por que luto para conservar a minha vida? Por que desapareceram os valores morais? “.

Também nos faz imaginar, o que nós faríamos se estivéssemos no lugar deles?
Os personagens são bem criados e nos cativam do inicio ao fim. E também os dramas que o autor cria nos envolve e nos deixa intrigado até o momento em que a leitura é finalizada.


O final, em minha opinião, não foi muito bem desenvolvido e deixou a desejar, mas o livro em si é bem instigante. 
Então é isso, espero que tenham gostado e até a próxima (:

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